quinta-feira, 24 de setembro de 2009

E procuro em tudo, em mim, motivação. É que mover-se tornou-se tão cansativo, tão trabalhoso... Mantenho-me estática e a dor começa a se espalhar como se nunca fosse parar. Não contenta-se. Se multiplica por dentro do meu corpo, se torna um vazio gigante, uma bola de sentimentos bem no meio do peito. E então? Então, me movo. Com uma lentidão tão preguiçosa, que as coisas parecem no mesmo lugar. Me movo para que não doa, mas outros tantos sentimentos me espetam, me cutucam. Aonde isso vai parar? Se o meu caminho é tão longo que nunca chega ao fim e se minhas pernas não são fortes para me manter parada, tampouco para que eu ande? Se minha lentidão ocupa meus pensamentos, se o tempo continua sempre o mesmo, as preocupações sempre as mesmas e o tempo para pensar, aumentando a cada instante? Se cada vez mais me vejo sozinha, insegura para seguir um caminho e medrosa para passar por ele depressa? Nada parece justo, tudo parece descolorido. E os sonhos se dissolvem junto com a motivação que procuro. Cadê?
Se já não sei procurar motivações, procuro o quê? Pareço fraca. Parece bobagem, e cada vez mais me convenço de que é. Bobagem. Bobagem...
Aonde vou parar? Paro novamente. Agora ficar parada não dói tanto, mas machuca, vai rasgando pouco a pouco. Continuarei aqui, até que uma motivação caia em mim e eu tenha coragem para correr, e passar por tudo tão depressa, que nem me lembrarei dos erros, dores, acertos. Parece errado, mas aprendi que a vida funciona assim. Procure motivações e corra de todas as lembranças.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Mergulhada nessa cidade linda e maluca, que chamam de maravilhosa, cada vez mais eu penso como a minha São Paulo é linda. E como só nós vemos isso. Não tem argumentos, mas a minha cidade é linda. É linda, pelas suas ruas misteriosas e completas de histórias, é linda pela sua diversidade de pessoas, opiniões, cabeças pensantes. E não tem como convencer um carioca, um paraíba, um baiano disso. A nossa beleza é tão nossa, que ninguém vê.Mas é tão pura, tão profunda, que transpassa os prédios, os carros, os relógios. O tempo em São Paulo é outro, o calor em São Paulo é outro, o carinho em São Paulo é outro.
Para nós bate outro sol, bate outro vento, outras certezas. Eu, como boa paulistana, amava andar de ônibus por aí, observar cada vez mais pessoas, horas, dias, passando. Minha vida sempre foi completa em São Paulo. Eu tinha meu canto de paz, o canto dos pássaros, das árvores, do sol incansável, não dolorido, bondoso.
Eu tinhas as livrarias deliciosas de entrar, a paulista e, principalmente, lugares que eu podia chamar de meus. Eu sentia que os lugares me prendiam, me seguravam neles, me acolhiam. É inexplicável a sensação do lugar te possuir como você o possui.
Não há como negar, São Paulo é a minha cidade, sempre será. E será sempre a mais linda do mundo. Não tendo cachoeiras, não tendo praias, não tendo mar.
Mergulho do mar de gente e caos de São Paulo e me sinto tão bem quando ofereço meu corpo Yemanjá do Rio de Janeiro.
E essa felicidade, os cariocas nunca, nunca, vão entender.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

para amar,
procure equilibrio
depois desequilibre-se em um movimento tolo e ridiculo
rasge chore grite
pule ria corra
recorte cole sorria
curta
talvez doa, talvez não
talvez rache, talvez transborde
mas não acredite.
para desamar, mude.