terça-feira, 10 de março de 2015

Parece que a gente não percebe quando as coisas desabam.
Ou a gente não quer perceber.
Era como se tudo caísse tão depressa, que não soubessemos o rumo que tomaria, a dor que traria, o rombo que formaria.
E não estancamos mais a dor.
Ela brota de origens diferentes, pulando das entranhas.
Todo o peso nas costas,a sensação de inutilidade, incapacidade.
A dor de não aguentar tudo junto.
A dor de desistir.
A dor de não conseguir mais tentar.
A dor de cabeça que não passa.
A dor de cabeça que não passa de um sinal, para que se desligue tudo e durma.
E por mais que tente desistir, sempre tem algo que impede.
Alguém que diga que "será bom pra você".
Era como se não admitissem, que ela não saberia lidar.
Era como se não acreditassem, que ela não soube.
Era como se lhe faltasse o ar pra respirar.
E cada vez lhe cobravam mais.
E cada vez ela SE cobrava mais.
Ate que surgiria a pergunta:


-Se eu não consigo cuidar de mim, se nem casa eu tenho mais, como eu vou conseguir cuidar dos outros?


Espero que um dia, isso seja justificativa.




26 de março de 2008 e a sensação é que foi hoje, que poderia ter sido agora.