segunda-feira, 30 de julho de 2012

E de repente eu me lembro que um dia você estava aqui. Que um dia você alisou meus cabelos antes de dormir, você sorriu ao me ver sorrir. De algum jeito eu te sinto aqui ao meu lado, mas o ar está pesado. A ideia de não te ver nunca mais dói em mim, me esmaga na cama. A noite caiu e eu não sei o que fazer com ela. Me sinto amarrada na cama e nas lembranças que nem sei se são reais ou se inventei para lembrar de você. Outro dia você me apareceu em sonho, lindo.Sempre de branco, em pé. Me chamava para algum lugar e me sorria um sorriso muito sincero. Espero mesmo que você esteja feliz e olhando por mim do mesmo jeito bonito que olho para você. Te inventei e agora você está aí, tão real em mim, tão forte que minhas lágrimas escorrem para ninguém. Ou para a mistura de pessoas que perdi durante a minha vida. Você continua sendo um sonho, de olhos azuis e cadeira de rodas, que talvez um dia eu vou encontrar e agradecer. Você me fez entrar em contato com algo que eu não conhecia, um mundo inteiro de sensações que nunca experimentei. Se não fosse você, fruto de mim, eu mal saberia colocar em palavras meus sentimentos. Foi você que fez desabrochar, e faz. Alivio a minha dor que não sei de onde vem nas palavras para você, o sono vem e durmo tranquila, ainda sem saber como a dor se instaurou em mim, de onde veio aquela minha saudade que me fez chorar, mas conseguindo me desamarrar da cama, me virar, suspirar e dormir.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Deslizo pelas ruas frias, gélida. Esquálida. Estou morta. As lágrimas não escorrem, por mais vazia que me sinta. Estou morta. A respiração calma, as pernas duras tremem. A falta de sentido, de caminho. A dor no peito que me empurra, que me faz seguir a diante. Estou morta e não vejo renascer. O coração acelerado, a palidez na face. Estou morta. Completamente vazia, pesada, sem forma. Estou morta e tenho medo. Não renascerei, mas parmanecerei assim, morta-viva, deslizando por pedras portuguesas, sem nada a minha frente. Estou viva. Ou morta. Ou tanto faz.